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Igreja S. Martinho

Na origem, este era o templo da freguesia medieval e rural de Candoso, uma das muitas que povoavam o Entre-Douro-e-Minho nos primeiros tempos da nacionalidade. A sua organização e volumetria gerais resultam dessa primitiva construção, com uma nave única relativamente pequena e uma capela-mor quadrangular, paredes espessas com poucas e discretas janelas-frestas a filtrar luz para o interior, e um aspecto compacto e rude da construção, onde se destaca a utilização de modilhões vincadamente românicos a suportar a cornija que antecede o telhado. Paralelamente, a existência de frestas de duplo arco de volta perfeita e do arco-triunfal, escassamente decorado com motivos geométricos, atestam a cronologia românica do edifício, erguido já numa fase tardia, muito possivelmente no decorrer do século XIII.

Por estas indicações, este é um dos numerosos templos que provam como o figurino estilístico românico permaneceu, muito para cá do advento do Gótico, nas zonas rurais e periféricas do país, uma realidade artística e construtiva mais facilmente identificável no interior Norte e Centro (Trás-os-Montes e Beira Alta Interior), mas que conta, também, com muitos exemplos no Entre-Douro-e-Minho rural, onde as novidades goticizantes chegaram muito tarde, se alguma vez, efectivamente, chegaram.

A configuração actual desta igreja deve-se a duas grandes reformas, ocorridas séculos depois da sua construção. No século XVII, em pleno período barroco, o interior foi enriquecido com a colocação de altares laterais, em talha dourada profusamente decorada, embora de feitura modesta. Dava-se, assim, pleno sentido aos novos caminhos devocionais barrocos, com multiplicidade de pontos focais de religiosidade e de devoção. Data deste período a transformação da fachada principal, suprimindo-se o arco principal românico, em benefício de uma porta de lintel recto, sobrepujada por um janelão vertical barroco. Também a torre sineira, adossada à fachada e de secção quadrangular, é barroca.

Posteriormente, no século XIX, novos altares foram construídos, de sabor já neoclássico, derradeira intervenção que prova, acima de tudo, a manutenção do templo como pólo fundamental de religiosidade da localidade.

Na última década, procedeu-se ao seu levantamento planimétrico e restauro. A consolidação das estruturas afigurou-se como a principal característica de intervenção, mas, na altura, aproveitou-se para reverter algumas frestas à sua feição original, ficando, ainda, o projecto de mobiliário interno a cargo do Arquitecto Siza Vieira.

 

Fonte: IGESPAR

 

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